sábado, 30 de junho de 2012

Lembranças...



Fuçando a internet encontrei esse vídeo feito pelo meu primo Maurício.


A emoção dele já fala muito...talvez fale tudo...


Minha relação com essa fazenda é algo indescritível. Devo sonhar, ao menos, uma vez por semana correndo pelos alpendres e terreiros dessa fazenda. Fazenda Pau Caído.


Vendo este vídeo senti um misto de saudade, tristeza e alegria...os mais próximos talvez entendam... 


Tenho um sonho antigo de tê-la de volta. Devolvê-la à família. Afinal, lá nasceram meus antepassados. Lá em cresci e aprendi mais do que se imagina. Quem sabe um dia...


Por hora vou me contentando com a lembrança, um pouco machucada pela forma negligente como vem sendo tratada nossa fazenda...


Aos que acompanham meus contos, conheçam um dos cenários que alimenta minha mente....

terça-feira, 26 de junho de 2012

Reflexão do dia


O velho mestre do sertão


Era um homem de poucos amigos. Tinha lá suas desavenças e alguns prometidos, mas, creio, nenhum inimigo. Um homem bom, mas as vezes incompreendido em suas convicções, talvez por ser daqueles que teimavam em defender seus pontos de vista e findava por cultivar poucas amizades.

Também era um homem trabalhador. Tinha na labuta diária mais que um prazer. Gostava do que fazia e era conhecido na região por ser dono de expertizes raras, quando não extintas, nas artes do curandeirismo e dos trabalhos finos.

Certamente seria um pajé respeitado, se vivesse numa tribo indígena do século XVI, mas quis o destino que ele vivesse no século XX, no sertão do nordeste, no norte do Ceará. 

Ele não chegava a ser visto com desdém por qualquer pessoa, pois, mesmo os que não gostavam dele, respeitavam seus conhecimentos adquiridos, sabe-se lá como. Chamavam-no de bruxo.

Se era conhecedor dos rituais ocultos ou poderes espirituais, não sei dizer, mas os amigos e colegas mais próximos tinham nele uma pessoa a quem sempre se podia pedir uma opinião. 

Chamavam-no de "O Mestre". Para os íntimos: Mestre Zé.

Conheci o Mestre Zé na minha infância. Era o caseiro da Casa Grande da Fazenda Pau Caído. Braço direito de meu pai e que estava sempre ao seu lado nos mais diversos momentos, nas situações mais variadas.

Consertar um cerca? Mestre Zé fazia um acabamento e dava dicas de alinhamento. Limpar o viveiro? Mestre Zé orientava a melhor forma para não machucar e maltratar os pássaros. Fazer um churrasco? Mestre Zé fazia os espetos, acendia o fogo e preparava a carne. Enquanto meu pai, meu avô e meus tios tomavam cerveja, Mestre Zé tomava sua pinga e seguia preparando o banquete.

Tinha um quartinho debaixo da caixa d'água onde guardava seus instrumentos. Eram muitos e a mim fascinavam. Tinha de tudo ali. Cordas, ervas, frascos de vidros, pregos, martelos, serrotes, espingardas... é o pouco que me lembro do local que vivia sempre trancado, tendo eu acesso apenas na presença de meu pai.

Lembro do dia em que saímos pra caçar rã. Era lua cheia e tinha chovido muito durante o dia inteiro. Éramos meu pai, Mestre Zé e eu. Já devia ter meus 8, 9 anos e me achava um adolescente por me deixarem seguir em tão ousada aventura: desbravar os "pântanos" nas beiras do açude e do riacho pra caçar. Cada um com um saco amarrado ao corpo, onde depositávamos as espécies ainda vivas, porém feridas mortalmente pela lança fabricada cuidadosamente pelo Mestre. A sensação de participar deste momento é algo que não esquecerei.

Quando viemos morar em Sobral, perdi um pouco o contato com o Mestre Zé. Ele continuou lá, com suas artes e seus trabalhos. Aposentou-se à duras penas e logo em seguida adoeceu. Lembro de ter ido lhe visitar na Santa Casa. Momento marcante pra um jovem moço. Encontrar aquele homem forte e destemido numa cama ligado a fios e cabos com fluídos e cheiros...

Quando recebeu alta, ainda tive alguns bons momentos com ele, já na Fazenda Raposa (agora nossa fazenda oficial, com o que sobrou do Espólio da Fazenda Pau Caído). Ia quase todas as semanas com meu pai e o Mestre fazia questão de nos visitar.

Certa vez ele chegou se queixando de uma frieira nos pés. Pediu álcool e saiu ateando fogo. Aguentou alguns segundos e depois apagou. Passou terra e deixou o pé estirado ao sol por alguns minutos. Coisas de homem. Coisas do sertão.

Lembro bem de uma manhã de sábado. Ele já estava bem debilitado pela doença, mas isso não impediu uma conversa gostosa que se estendeu pelo dia. Ele era um sábio sem estudo, desses que já não existem mais, ou pelo menos não se encontra...

Naquele dia ele me ensinou a fazer tranças com palha de carnaúba com até 16 pernas. Passou-me as noções de como confeccionar chapéus e me fez um presente que ainda hoje guardo: um instrumento de palha que, uma vez que você coloque o dedo dentro, quanto mais você puxar, mais apertado ficará. Me ensinou o segredo pra soltar o dedo e prometeu que em outra ocasião me ensinaria fazê-lo.

Ele faleceu na semana seguinte aos 26 de outubro de 1994. Lembro de seu velório e seu enterro como sendo algo muito novo pra mim. Tinha 13 anos recém completados e senti como se tivesse perdido um amigo. Na verdade tinha. Lembro de meu pai chorando muito e da multidão que se aglomerou pra dar o último adeus ao nobre Mestre.

O tempo passou, eu cresci, virei professor e vez por outra me lembro do velho Mestre Zé. Quando vejo um velho sertanejo com o corpo sofrido, mas um "ar" de sabedoria no olhar. Quando vejo um homem que aparentemente não tem nada a oferecer, mas que detém conhecimentos raros. Quando vejo a sabedoria brotando de onde menos se espera....  

Essa é pra você! Velho amigo, velho mestre...

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Hoje o Pacaembu vai tremer! DE MEDO!!!!*



Hoje o Pacaembu estará repleto de corintianos. Todos com o coração na mão.

Novamente o time estará bem perto de conseguir algo que é comum aos outros três grandes de São Paulo: alcançar uma final de Libertadores. Porém, bastará uma derrota, normal, plenamente possível, para que o sonho do alvinegro da capital seja adiado mais uma vez.

Essa pressão enorme sobre o adversário é um trunfo que os santistas levarão a campo nesse jogo extremamente nervoso

Se souber jogar com determinação e inteligência, o Santos explorará a instabilidade emocional do adversário e sairá do Pacaembu classificado para a sua quinta final da competição mais importante da América do Sul. Sim, porque por mais que o Alvinegro Praiano também queira esse título – que será a cereja do bolo no ano do seu Centenário –, a pressão maior para obtê-lo estará com o time da capital.

A cada vez que Neymar pegar na bola, que Paulo Henrique Ganso preparar um de seus passes, que Elano se preparar para cobrar uma falta ou um escanteio, a torcida adversária prenderá a respiração. Uma vitória do Santos garantirá, no mínimo, que a disputa vá para os pênaltis, como aconteceu contra o Vélez Sarsfield. E as lembranças corintianas de disputas de pênaltis na Libertadores é a pior possível.

Há 12 anos, na Libertadores de 2000, o alvinegro paulistano estava tão confiante de que venceria o Palmeiras também no segundo jogo da semifinal, que um diretor dispensou a palestra acertada com o motivador Roberto Shyniashiki, transferindo-a para antes do jogo contra o Boca Juniors, pela final. O Corinthians tinha vencido o Palmeiras por 4 a 3 no primeiro jogo da semifinal e precisaria apenas de um empate naquela terça-feira, dia 6 de junho de 2000, para decidir o título com o Boca.

Depois de Euller abrir o marcador para o Palmeiras, Luizão fez dois gols e deixou o Corinthians na frente. Parecia que tudo estava decidido, mas Alex e Galeano – este, de cabeça, nos instantes finais do jogo – deram a dramática vitória aos alviverdes e levaram a decisão para as penalidades. Então, como se sabe, Marcelinho Carioca, o Pé de Anjo, chutou para Marcos defender, no momento recente mais doloroso da história do alvinegro da Zona Leste.

Se bem explorada, essa pressão psicológica que se abaterá sobre o rival acabará provocando falhas e desatenções que, se bem exploradas por Neymar, Ganso & Cia serão decisivas nesse confronto em que o adversário viverá um medo descomunal de perder.

Restará ao Santos ter muita vontade de ganhar!



*Por Ophir Cavalcante 

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Pra refletir...


Curso de Música da UFC promove o III ENCONTRAMUS


Ocorrerá nos próximos dias 19, 20 e 21 de junho o III ENCONTRAMUS, no Campus Mucambinho da Universidade Federal do Ceará - UFC, promovido pelo Centro Acadêmico e pelo Curso de Música da própria universidade.

Em pauta: ensaios, palestras, oficinas, apresentações e muita música de qualidade.

Participei do I ENCONTRAMUS em 2011 e fico orgulhoso por ver que em Sobral já existe evento deste porte que se propõe a multiplicar a qualidade e o ensino da música em todos os quesitos.

Indicado a todos que apreciam um programa cultural qualificado!

Apreciem!!!

20 camisas que fizeram história no futebol!






Cotidiano


domingo, 17 de junho de 2012

Juventude desregrada!




Meu reflexo no espelho dizia mais do que qualquer outra coisa. Olhos vermelhos. Pele irritada. Boca seca. Audição confusa. Cabelos despenteados (rigorosamente de acordo com a moda). Barba por fazer (idem). Uma sensação de enjôo e uma dor de cabeça que começava a incomodar. Nada ali fazia muito sentido. Não sabia o porquê, nem como tinha chegado até ali. Um turbilhão de dúvidas brotavam em minha cabeça. Onde estou? Como vim parar aqui? O quê que eu usei? Como vou pra casa? Casa?

A porta do banheiro se abriu e uma pessoa que eu nunca vi mais gorda gritou:

- Vamos cara, tá no melhor! Tá perdendo!!!

Quem era ele? Perdendo o quê? Me olhei mais uma vez no espelho, lavei o rosto e me observei por alguns segundos. Tinha prometido a mim mesmo que nunca mais voltaria a usar drogas. Naquele momento tinha a plena convicção que tinha quebrado essa promessa. Não lembrava de muita coisa, mas a sensação pós-efeito era inconfundível. Olhei pro relógio: eram 2 da madrugada. Hora de ir pra casa? Que dia era hoje?!?!

Criei coragem e saí do banheiro. O ambiente era estranho. Uma casa, um clube, uma boate. Não sabia ao certo. A música era alta e ininteligível. Na verdade não poderia dizer se a música era assim ou os meus sentidos não me permitiam distinguir som de ruído. Comecei a caminhar entre eles e, aos poucos, fui rememorando. Alguns rostos conhecidos, outros nem tanto. Algumas bebidas conhecidas, outras nem tanto. Um cigarro. Outro. Estava de volta à festa.

Logo tudo fazia sentido. Estava no local certo. Aquele era meu lugar. Dancei, pulei, cantei, beijei e usei de tudo um pouco. Nem me dei conta do quanto aquilo tudo me parecia estranho há alguns minutos. Estranho estava eu naquele banheiro...

Abri os olhos. Era dia e o sol rasgava minha visão. Onde estava? Sensações conhecidas voltavam a me castigar. Reconheci o local aos poucos. Estava em casa. Na minha casa. Como tinha chegado lá? Que horas são? 3 da tarde. Que dia é hoje? Pouco importa.

Me levanto e tomo um banho demorado....pensamentos soltos vem e vão, vão e vem....família? Dinheiro? Trabalho? Estudo? Nada me incomoda ou preocupa...não sei bem ao certo o porquê...

Toca o telefone:

- E ai cara? Vai hoje? Te pego às 19:00 h!

Pronto! Mais uma noite que chegava....mais um dia que começava....começava no final e terminava no começo! Sempre mais do mesmo... bebidas, cigarros, mulheres, drogas....que bom...


Ahhh uma jaula!!!!


Em um universo paralelo...


sábado, 9 de junho de 2012

Salvador Dali Aqui



Parte da coleção de gravuras de Salvador Dalí está exposta ao público de Sobral e integra a Imprima Sobral 2012 – Mostra Internacional de Gravura. O município cearense é o único do país a receber as obras do artista catalão e um dos grandes nomes do surrealismo. A mostra individual “Salvador Dalí Aqui” está no Instituto Ecoa e permenece aberta até 15 de agosto.
As gravuras que estão em Sobral fazem parte da coleção de litografias “Dalí: Bíblia Sagrada”. As peças foram encomendadas pelo amigo de Dalí, Giuseppe Albaretto, que o encarregou de realizar 105 ilustrações para a Bíblia Sagrada. As obras foram criadas entre os anos de 1963 e 1969 e impressas em 1969 por Ediciones Rizzoli, de Milão, na Itália.
'Gravados de Pastrana'
Como parte da Imprima Sobral 2012, também está exposta a coletiva “Gravados de Pastrana”, que reúne parte do acervo de artistas do Ceará, de outros estados e países. O evento ainda conta com mostra competitiva com trabalhos de 143 gravuristas de 34 países, a individual “Colagens...de fina estampa...", do espanhol José Rincón, e a coletiva Gravadores do Maciço, uma exposição itinerante com 20 trabalhos selecionados. A participação de Rincón estava prevista na abertura da individual, mas ele foi barrado ao desembarcar no Aeroporto Internacional Pinto Martins por não apresentar documentos originais.
SERVIÇO:
Exposição "Salvador Dalí Aqui" - Gratuito
ECOA - Travessa Adriano Dias Carvalho, 135 – Centro).
Horário de visitação: Terça à sexta, de 8h às 12h / 14h às 21h | sábado, de 9h às 12h / 17h às 21h | domingo, de 17h às 21h.
Fonte: www.globo.com