domingo, 28 de junho de 2015

Como é dar aula no ensino superior e a corrupção na universidade



Pensei em escrever um texto crítico e formal a respeito da educação e da sociedade. Mas dizer que a educação é a salvação já ficou meio fora de moda. Portanto, acho melhor apenas contar pra vocês como é dar aula. Lembrando que este texto não é uma crítica à profissão. É apenas uma exposição das frustrações diárias e um apelo a uma mudança urgente de postura, não só dos alunos, mas da sociedade como um todo. Aqui mostro como a postura corrupta está enraizada nos alunos e já virou parte da comunidade acadêmica.
 
 

Antes, uma pausa para minha relação com a profissão. Particularmente, gosto muito de ensinar. Gosto de matemática e gosto de entender matemática. Passar adiante minhas paixões é algo que faço por amor. Nunca houve problema sério o bastante para não desaparecer diante do quadro, dos alunos e sobre o tablado. Dar aula e pensar a respeito de matemática apagam, momentaneamente, claro, todos os meus problemas.


"FAZ PROVA FÁCIL"

 


Minha felicidade se esvai diante das avaliações, dos comentários, da falta de compromisso dos alunos. Ouve-se mais “alivia aí, fessô!” do que “bom dia”, “boa tarde” ou “boa noite.” Há liberdade para chorar, mas não há liberdade para a educação e cortesia.


"VALE PONTO, PROFESSOR?"

 


Em sua maioria, aluno não faz nada sem receber algo em troca. E a moeda de troca é chamada de ponto. A única motivação é o ponto. Sugestão de livros? Só valendo ponto. Lista de exercícios? Só valendo ponto. Fazer pelo conhecimento é ser taxado de idiota.


TRABALHOS E LISTAS


Tudo copiado. A cópia é quase sempre nítida. Conjecturo que numa turma de alunos, apenas \sqrt{k} realmente fazem os trabalhos, enquanto todo o restante apenas copia dos colegas.

Pai Rodrigo adivinhando o futuro: Esse aluno que só copia vai taxar de vagabundo moradores de rua. Vai dizer: “emprego tem demais, basta querer!”


AULAS DE EXERCÍCIOS

 


Durante aulas de exercícios, ninguém faz nada. O pedido geral é um resumão bem estilo pré-vestibular. Melhor ainda se você dar dicas do que cairá na prova (e pensar que nem assim os resultado são bons.) Gente pra gritar “faz um resumão aí, fessô!” Nunca falta. Você dá aula por meses antes de avaliação e aí lhe aparece vários que não prestaram atenção em nada, mas no dia da aula de exercícios eles aparecem lá só pra gritar a frase anterior ou pra escolher um exercício aleatório que sequer tentaram. Qual a razão de dar aula se no fim é dado um resumo mágico que abre todas as provas e desvenda todos os segredos?


LISTA DE PRESENÇA

 


Como aluno, confesso, nunca gostei de ir às aulas. Sempre preferi estudar sozinho. Assim poderia estudar durante a madruga, horário que sempre fui mais produtivo. Nunca tive problemas com chamadas. A aprovação era minha absolvição. Por conta disso, a única postura que adotei como professor foi a de passar uma lista de chamada e reprovar por infrequência apenas aqueles que não obtiveram 60 pontos. Ou seja, não precisou ir à universidade para ser aprovado? Parabéns, campeão.

A regra da UFMG é reprovar aluno infrequente. Tenha ele a pontuação necessária para sua aprovação ou não. Portanto, estou isentando o aluno de um dever: frequentar a universidade. Qual o resultado? Alunos assinam as listas pelos colegas. O sujeito foi livrado de um dever, mas ele não quer dar nada como contra-partida. Ele ainda quer o direito de, caso reprovado na pontuação, fazer o exame especial.


Nem vou comentar que assinar um documento em nome de outra pessoa é crime. Tem até nome: falsidade ideológica.


Logo, se o professor deseja ser rigoroso com a lista de presença, ele deve chamar nome a nome, como lá nos tempos da escolinha infantil Girafinha Feliz.


Pai Rodrigo adivinhando o futuro: Esse mesmo aluno que pede pro colega assinar a chamada, acha um absurdo o médico que só bate ponto e vai embora. Vai reclamar também do deputado que estava batendo dedo lá pro outro. Vai postar lá na timeline “É um absurdo!”


PROVAS E COLAS

 


Esta é a pior parte e a maior prova de que ninguém se preocupa com educação. Durante os meses de aula, o aluno não fez nada. Porém, chegada a prova, não foi possível estudar todo o conteúdo ou simplesmente não estudou mesmo. Qual o recurso utilizado? Cola. A pessoa não cumpriu com suas obrigações como aluno, nada fez até o momento da prova, porém ele ainda quer obter bom resultado. Apesar de totalmente irresponsável, o aluno ainda acha plausível apelar para a cola. Ainda quer uma boa nota. Isso é o absurdo dos absurdos. A incoerência da incoerência.


Existem ainda casos mais absurdos. Aqueles que os alunos pagam outros para fazer a avaliação em seus lugares (preciso lembrar que aqui também se comete crime?). Chegamos ao ponto ridículo de precisar olhar documento dos próprios alunos por conta dessa atitude patética. Isso é literalmente comprar o próprio diploma. É ridículo querer o diploma mas não querer fazer nada.


Pai Rodrigo adivinhando o futuro: O aluno colador, que hoje é engenheiro porque pagou gente mais esperta que ele pra se formar, vai gritar “Abaixo a corrupção!” aqui na porta de casa. Ele também vai compartilhar um monte de reportagem sobre escândalos de corrupção e vai dizer que esse país não tem jeito.


O ALUNO, O PATRÃO E O FUTURO

 


Enquanto considerou coisa de otário estudar quatro horas por dia, o aluno corrupto vai gastar 12h do seu dia, muito possivelmente, fazendo dinheiro pra outra pessoa. Ele não vai chegar pro chefe “alivia aí, chefe!”, “quebra essa aí, patrão!” porque ele sabe o destino de empregado molengão: rua. E ele vai dar duro, porque, ao contrário da educação superior, valoriza o emprego que tem. Sua timeline estará repleta de links contra a corrupção na política, contra desvio de verbas, enquanto continua perpetuando que colar não tem problema, assinar lista é “de boa” e pagar para fazerem suas avaliações é coisa de esperto. E assim continuaremos sendo essa sociedade que ainda não entendeu o valor moral e intelectual da universidade, pelos séculos dos séculos…

Por Rodrigo Ribeiro
Em https://rbribeiro.wordpress.com/


MINHA OPINIÃO

Perfeito o texto do Rodrigo! Retrata bem o que penso!

Acrescentaria apenas um comentário no que se refere ao PLÁGIO que, é, pra mim, um dos maiores males da pesquisa científica mundial.

Conseguir pensamentos inovadores, autênticos e honestos tem se tornado cada dia mais raro. Quase tudo é copiado - direta ou indiretamente. E o pior, quando descobertos, os plagiadores agem com revolta, como se tivessem exercendo um direito e nós, professores, fôssemos os verdadeiros CRIMINOSOS! É a inversão de valores atuando em prol da hipocrisia e da desmoralização do ensino...

De tudo, sei que uma parte dos professores continua(rá) fazendo sua parte! Afinal, ainda acreditamos na educação como fonte transformadora da sociedade... 

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Quando a arte surpreende o artista...

Marina Abramovic é uma artista renomada, considerada por muitos como a rainha da arte performática.

Ela saiu da Iugoslávia para iniciar sua carreira no início dos anos 70 em Nova Iorque. Desde então tem feito um trabalho fantástico ao explorar as relações entre o artista e a plateia, os limites do corpo e as possibilidades da mente.

E por falar em limites e possibilidades…

Eu acho que ela nunca imaginou o que poderia acontecer na apresentação que você vê a seguir. A ideia era ficar encarando estranhos que aparecessem em sua apresentação um minuto por vez. No completo silêncio.

Muitas pessoas apareceram, mas quando um homem em especial se sentou em sua frente… ela não conseguiu segurar sua emoção. O homem se chama Ulay e teve um relacionamento com Marina há 30 anos.

Eles não se viam há 30 anos. Clique no play para ver o que acontece.

 

Essa cena só engrandece ainda mais a obra de Marina. Mostra como sua arte pode mesmo atingir infinitas possibilidades, já que ela jamais imaginou reencontrar um antigo amor ali.

Fonte: awebic.com


sábado, 20 de junho de 2015

Precisa de inspiração pra viajar? Esse é o vídeo...

Alex Chacon tinha um sonho bastante comum, mas que poucos tem coragem de realizar: largar tudo e viajar o mundo. Então depois que se formou na faculdade, ele vendeu carro, televisão e roupas para deixar sua cidade natal no Texas (EUA) sem previsão de volta.

Portando uma moto e muita coragem, Alex viajou por 36 países ao longo de 600 dias. Foram mais de 200 mil km percorridos e em cada lugar que parava, ele trabalhava em pequenos projetos sociais para ajudar a população da região.

O vídeo abaixo mostra todos os registros que Alex fez durante sua trajetória. No melhor estilo selfie. ;-)

Clique no play abaixo para ver.


Se isso não te deu vontade de viajar, nada mais é capaz. Clique no botão abaixo e compartilhe esse vídeo com seus amigos e familiares. ;-)

Fonte: awebic

EM TEMPO

Vasculhando a página do Alex Chacon no youtube, encontrei outros vídeos bem legais!

Vejam:







Bom demais, né? #inspire-se

sexta-feira, 19 de junho de 2015

“Afinal, o que é inteligência?” Aqui está a definição mais *inteligente* que eu já vi!


Quando eu estava no exército, fiz um teste de aptidão, solicitado a todos os soldados, e consegui 160 pontos. A média era 100.

Ninguém na base tinha visto uma nota dessas e durante duas horas eu fui o assunto principal. (Não significou nada – no dia seguinte eu ainda era um soldado raso da KP – Kitchen Police)

Durante toda minha vida consegui notas como essa, o que sempre me deu uma ideia de que eu era realmente muito inteligente. E eu imaginava que as outras pessoas também achavam isso.

Porém, na verdade, será que essas notas não significam apenas que eu sou muito bom para responder um tipo específico de perguntas acadêmicas, consideradas pertinentes pelas pessoas que formularam esses testes de inteligência, e que provavelmente têm uma habilidade intelectual parecida com a minha?


Por exemplo, eu conhecia um mecânico que jamais conseguiria passar em um teste desses, acho que não chegaria a fazer 80 pontos. Portanto, sempre me considerei muito mais inteligente que ele.

Mas, quando acontecia alguma coisa com o meu carro e eu precisava de alguém para dar um jeito rápido, era ele que eu procurava. Observava como ele investigava a situação enquanto fazia seus pronunciamentos sábios e profundos, como se fossem oráculos divinos.

No fim, ele sempre consertava meu carro.

Então imagine se esses testes de inteligência fossem preparados pelo meu mecânico. Ou por um carpinteiro, ou um fazendeiro, ou qualquer outro que não fosse um acadêmico. Em qualquer desses testes eu comprovaria minha total ignorância e estupidez. Na verdade, seria mesmo considerado um ignorante, um estúpido.

Em um mundo onde eu não pudesse me valer do meu treinamento acadêmico ou do meu talento com as palavras e tivesse que fazer algum trabalho com as minhas mãos ou desembaraçar alguma coisa complicada eu me daria muito mal.

A minha inteligência, portanto, não é algo absoluto mas sim algo imposto como tal, por uma pequena parcela da sociedade em que vivo.

Vamos considerar o meu mecânico, mais uma vez.

Ele adorava contar piadas.

Certa vez ele levantou sua cabeça por cima do capô do meu carro e me perguntou:

“Doutor, um surdo-mudo entrou numa loja de construção para comprar uns pregos. Ele colocou dois dedos no balcão como se estivesse segurando um prego invisível e com a outra mão, imitou umas marteladas. O balconista trouxe então um martelo. Ele balançou a cabeça de um lado para o outro negativamente e apontou para os dedos no balcão. Dessa vez o balconista trouxe vários pregos, ele escolheu o tamanho que queria e foi embora. O cliente seguinte era um cego. Ele queria comprar uma tesoura. Como o senhor acha que ele fez?”

Eu levantei minha mão e “cortei o ar” com dois dedos, como uma tesoura.

“Mas você é muito burro mesmo! Ele simplesmente abriu a boca e usou a voz para pedir”

Enquanto meu mecânico gargalhava, ele ainda falou:

“Tô fazendo essa pegadinha com todos os clientes hoje.”
 
“E muitos caíram?” perguntei esperançoso.
 
“Alguns. Mas com você eu tinha certeza absoluta que ia funcionar”.
 
“Ah é? Por quê?”
 
“Porque você tem muito estudo doutor, sabia que não seria muito esperto”

E algo dentro de mim dizia que ele tinha alguma razão nisso tudo.

Fonte: awebic.com
Texto escrito originalmente por Isaac Asimov.

REGRAS PARA VISITAR UM RECÉM NASCIDO




A visita exige algumas regras de etiqueta. Veja as orientações da especialista para amigos próximos, aqueles mais distantes, parentes e até para os novos avós.

1. Evite apertões
Muitas pessoas exageram no ‘carinho’ e acabam dando pequenos apertões na bochecha, beijos e toques não muito delicados nas mãozinhas das crianças. O que elas não sabem é que essas atitudes são inadequadas, pois podem trazer problemas ao recém nascido, como incômodo e até fraturas.

2. Faça uma visita curta
A primeira visita na maternidade deve ser limitada aos parentes próximos, como o pai, avós e irmãos, pois é um momento de recuperação da mãe e maior atenção à vida do bebê. Antes de aparecer, ligue e combine o horário. É elegante não ficar muito tempo.

3. Lave as mãos apropriadamente
Não se esqueça dos cuidados básicos de higiene. Lavar bem as mãos e os braços (até a altura dos cotovelos) antes de chegar perto da mãe e do bebê é imprescindível para minimizar a contaminação por vírus e bactérias. 

4. Se estiver doente, não vá
Se estiver com resfriado, gripe, conjuntivite ou qualquer outra doença infectocontagiosa, suspenda a visita. A ideia de que “eu não vou chegar perto, nem segurar a criança” não basta. Como o sistema de defesa do organismo da mãe e do bebê estão fragilizados, não é adequado arriscar.

5. Desligue o celular
No momento da visita, a pediatra do HC orienta amigos e familiares a desligar os celulares. A coordenadora da UTI do Hospital e Maternidade Santa Joana, de São Paulo, Filomena Mello, acrescenta que o barulho dos telefones móveis são como “britadeiras” para as crianças e causam estresse nos pequenos.

6. Não use flash
Cautela também com as câmeras fotográficas e filmadoras. “A luz do flash pode causar desconforto para a criança ou despertá-la, caso esteja dormindo”, diz Vera Lúcia. E só quem é mãe de recém-nascido sabe o trabalho que pode dar fazer o filho dormir.

7. Evite aglomerações
“As visitas devem ser organizadas para não formar uma aglomeração em volta do bebê. Esse tipo de ocasião favorece contágios e excesso de barulho, e isso pode causar estresse ao recém nascido”, acrescenta a especialista do Hospital das Clínicas.

8. Não fume – nem mesmo antes da visita
Nem pense em fumar. E a restrição vale para horas antes da visita. Segundo o pneumologista Joaquim Rodrigues, as substâncias do cigarro ficam impregnadas em roupas e mãos dos fumantes. Os resíduos que permanecem são tão prejudiciais quanto a própria fumaça. O contato do bebê com o material tóxico o expõe a uma probabilidade dez vezes maior de adquirir uma pneumonia aguda e ao aparecimento de um fenômeno chamado de hiperresponsividade brônquica – uma resposta exagerada do pulmão desencadeada quando a criança tem uma maior sensibilidade a infecções respiratórias – como bronquite, rinite e otite. 

MINHA OPINIÃO

Quando meu filho nasceu fui taxado de CHATO por muitos - inclusive por parentes próximos - pois fiz o papel de porteiro de quarto do meu filho. Mandava SEMPRE lavar as mãos antes de pegar nele, perguntava se estavam doentes, enfim, coisas que deveriam ser normais pra qualquer pessoa... cheguei até a barrar amigos gripados de subirem pro quarto.... ainda hoje me pergunto que tipo de gente vem visitar um recém nascido exalando gripe pelos cotovelos?!?!

Mas de tudo, o que ainda acho mais absurdo é o péssimo hábito idiota que as pessoas tem de, ao falar com um bebê, pegar em suas mãos! Gente, por favor, criança leva a mão à boca sempre! E certamente as mãos de quem pega na criança estão sujas! Queria R$ 1,00 por cada vez que repreendi pessoas por fazerem isso.... e o mais impressionante é que o "errado", "politicamente incorreto" e "chato" da história sou eu....

Com informações de  Delas