A primeira fase do VI Exame Unificado da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) aplicada neste domingo (5) foi considerada mais fácil do que as de anos anteriores, segundo bacharéis em direito ouvidos pela reportagem do G1 na saída da Uninove da Rua Vergueiro, em São Paulo, um dos locais de prova.
Candidatos disseram que o conteúdo da prova foi previsível, apesar de longo, e quem teve o mínimo preparo conseguiu responder as 80 questões de múltipla escolha com tranquilidade. Os mais de 102 mil candidatos inscritos precisam acertar pelo menos 40 perguntas para passar à segunda fase, marcada para 25 de março. A divulgação dos aprovados da primeira para segunda fase ocorre em 15 de fevereiro. Sem a aprovação, não é possível obter o registro e advogar.
Thiago Cocci Donaire, de 35 anos, é cego desde nascença e fez a prova em braile. Ele é formado em direito desde 2003 e prestou o exame pela quinta vez consecutiva. "A prova foi tranquila, achei fácil, caiu tudo o que eu estudei. Estou confiante, acho que neste ano eu passo." Com o registro da OAB, Donaire pretende prestar concursos públicos.Pastor evangélico, Luíz Armando Quirino, de 54 anos, também está confiante na aprovação, depois de fazer neste domingo a quarta tentativa. "Não teve muita pegadinha, o conteúdo estava claro. Acho que consigo passar." Quirino é formado desde 2007, mas não pretende trabalhar com direito. Para ele, o estudo da advocacia é só uma forma de complementar o trabalho na igreja que atua.
As amigas Gabriela Astolfi, de 22 anos, e Juliana Gobbi, de 24 anos, ainda não se formaram mas fizeram o exame pela primeira vez neste domingo. Para elas, o fato de ainda não terem concluído o curso significa menos pressão para obter o registro da OAB. Gabriela diz que teve a impressão da prova ter sido mais fácil do que a do passado. Juliana afirma que o exame estava tranquilo, mas caíram questões bem específicas.
O analista de sistemas Lélis da Rocha, de 59 anos, também fez sua estreia no exame. Ele atua como analista, mas se formou em direito no ano passado como realização pessoal. "Para quem estudou a prova não estava difícil, mas foi cansativa. Rocha diz que é compreensível o alto índice de reprovação no exame, pois o conteúdo é muito grande e exige que seja decorado. "Sair da faculdade é fácil, mas para passar na OAB é preciso estudar."
ReprovaçãoNo último exame, pouco mais de 26 mil dos 108.335 inscritos foram aprovados, ou seja, o índice de aprovação foi de 24%. A Bahia foi o estado com a maior porcentagem de candidatos bem sucedidos (30,64%), seguido de Santa Catarina (29,09%) e do Rio Grande do Sul (28,78%).
Nossa Opinião
Facilitar o Exame de Ordem não é bom pra ninguém. Perdem os atuais advogados que veem colegas sem preparo atuando.
Perdem os bachareis que se submetem ao exame, pois são autorizados a advogar sem que tenham o preparo mínimo. Serão como borboletas que foram tiradas cedo demais do casulo. Não voarão como deveriam e serão presas fáceis dos predadores.
Perde a sociedade que verá uma justiça cada vez mais lenta e atrapalhada, afinal, profissionais atrapalhados e despreparados prejudicarão, principalmente, seus clientes.
Creio que não seja esse o interesse a FGV. No último exame, que também considerei fácil, a segunda fase veio bem mais difícil que as demais. Acho que isso passará a ser a regra: uma primeira fase rasteira, somada a uma segunda fase aprofundada. Veremos!
No final, espero que seja dado, aos que realizaram seus esforços, o merecido prêmio de se tornarem Advogados. Só com merecimento as conquistas têm algum sentido lógico!
Fonte: www.globo.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário