Confesso que não sei como fui me tornar santista.
Normalmente o filho começa a torcer por um time por influência do pai. Meu pai é santista, mas confesso que pouco fez pra me incentivar. Quando bebê me comprou uma roupinha do Santos. Coisa mais linda.
A partir daí meu pai meio que confiou no sangue. Até os 15 anos eu não soube o que era ter uma camisa do Santos. Nos jogos? Ele nunca quis assistir. Ficava nervoso. Se numa cidade do interior do Ceará influenciada pela mídia carioca já era difícil encontrar um santista, o que dizer então quando o único que a gente conhece tem medo de ver os jogos?
Realmente não sei como fui virar santista.
Nasci num período ruim. Anos 80 e 90 foram os piores de nossa história. Éramos as "viúvas do Pelé". Ganhamos muito pouco, ou quase nada. Lembro de um jogo, em 1991, contra o São Paulo. Tinha uns amiguinhos bambis que me zoavam horrores. Acho que foi o primeiro jogo do Santos que eu assisti assim, em público. Vencemos por 2 a 1 de virada. Paulinho Mclaren...zoei horrores dos meus amiguinhos...chorei...
Nos anos seguintes fui me fortalecendo. O fato de ser diferente dos demais me agradava. Isso me destacava. Acho que isso foi fundamental. Se fosse eu um "maria vai com as outras", provavelmente teria virado um bambi, porco ou urubu. Tive personalidade.
Mas teve um jogo em especial que me marcou pra toda vida. Semi-final do Brasileiro de 1995. Santos e fluminense. O Santos tinha perdido o primeiro jogo por 4 a 1 e precisava devolver o saldo de gols pra seguir nas finais. Vencemos por 5 a 2 em uma atuação marcante! Naquele dia entendi que o Santos era diferente dos demais times. Pra se vencer no Santos é preciso jogar bonito! A magia que envolve nosso time é algo que não existe em nenhum outro time do mundo!!!
Naquele ano não ganhamos o título. Erros de arbitragem na final nos tiraram um dos campeonatos mais roubados da história. O próprio juiz reconheceu, anos depois, as falhas. A partir daí entendi também que pra ser santista a gente deve estar preparado a vencer contra tudo e contra todos. Não somos os queridinhos da mídia. Não temos lobistas na Fifa, nem na CBF, muito menos na FPF. Somos sós! E isso nos basta!!!
Naquele ano não ganhamos o título. Erros de arbitragem na final nos tiraram um dos campeonatos mais roubados da história. O próprio juiz reconheceu, anos depois, as falhas. A partir daí entendi também que pra ser santista a gente deve estar preparado a vencer contra tudo e contra todos. Não somos os queridinhos da mídia. Não temos lobistas na Fifa, nem na CBF, muito menos na FPF. Somos sós! E isso nos basta!!!
Acho que naquele momento eu virei um santista de verdade!
Se eu quero que meu filho seja santista? Mais do que muita coisa nessa vida! Confesso que não sei ao certo como agir. Será que o certo é fazer como meu velho fez? Ou será que devo ser mais ativo e evitar que as influências externas atrapalhem meus planos? Isso só o tempo irá dizer!
O que sei é que tenho muito orgulho de torcer pelo Santos! Orgulho de todas as lágrimas que derramei, na alegria ou na tristeza! Orgulho das raivas que senti pelos erros de arbitragem e pela zoação dos adversários. Tenho muito orgulho de ser diferente dos demais que se deixaram levar pela maioria, pela mídia ou pela moda. Orgulho de torcer por um time que encantou o mundo, que parou guerras, que conquistou torcidas adversárias e que é o responsável pelo futebol ser tão admirado assim no mundo inteiro.
Tenho orgulho de ser o que sou, de ser quem eu sou e parte disso devo a ti, ó GLORIOSO ALVI-NEGRO PRAIANO!!!
puta texto emocionante, parabéns, me lembro quando virei santista quando vi o santos perdendo de 7x1 pro corinthians ali realmente descobri que seria santista nas vitorias e nas derrotas. nascer viver e no santos morrer
ResponderExcluir