Quando a caça é pecado.

Me chamou a atenção hoje uma matéria veiculada na globo.com que mostrava a indignação de grupos de defesa dos animais com a caça realizada pelos filhos de Donald Trump, o megamilionário Norte-Americano.

Eles foram fotografados nas savanas Africanas com uma onça pintada, um crocodilo, um elefante e um rinoceronte. Todos mortos, abatidos pelos irmãos em uma caçada.

Eles alegaram, em sua defesa, que caçaram seguindo normas locais africanas, que os animais não estavam em extinção e que a carne foi doada às aldeias nativas e serviu de comida para os famintos daquele continente.

Essa última justificativa me chamou a atenção de um modo peculiar.

Estou cansado de ver, em nossas estradas do interior do Ceará, pessoas maltrapilhas, oferecendo animais silvestres ameaçados de extinção. Alguns já mortos, servirão apenas para alimento. Outros, em gaiolas, poderão servir de diversão para alguns.

Tatus-Peba, avoantes, tejos, camaleões, canários, cupidos, sabiás. A lista é imensa e o crime é o mesmo. Ou não?

Será que devemos crucificar aqueles que caçam em busca de um alimento e da própria sobrevivência? Seriam nossos sertanejos, em grande parte, responsáveis por crimes bárbaros contra animais indefesos e ameaçados de extinção, ou estariam eles apenas exercendo seu direito legítimo de sobrevivência às custas da natureza?

Quem se habilita a julgar e condenar um pai de família que mata animais silvestres pra alimentar seus filhos?

Confesso que não tenho opinião formada a respeito. Ora acho justo o direito à sobrevivência, consagrado pelo princípio da dignidade humana. Ora vejo alguns excessos cometidos, no momento em que se busca não apenas o básico, mas a aferição de lucro e enriquecimento com o ato.

Alguém tem algo a acrescentar?